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Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha: Uma Luta Pela Representatividade e Igualdade

Comemorado anualmente em 25 de julho, o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha é uma data que remonta a um marco importante na história da luta das mulheres negras por igualdade e representatividade. A partir do 1º encontro de Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas, realizado em Santo Domingo, República Dominicana, em 1992, essa celebração busca denunciar o racismo e o machismo enfrentados pelas mulheres negras nas Américas e em todo o mundo. Neste ano, completam-se 19 anos do estabelecimento dessa data, que ainda é crucial para conscientização e ação contra a discriminação e desigualdade enfrentadas pelas mulheres negras na sociedade.
A representação política das mulheres negras no Brasil ainda é alarmantemente baixa, refletindo a falta de oportunidades e espaços para que elas possam ter suas vozes ouvidas e suas necessidades atendidas no âmbito político. A diferença salarial entre homens brancos e mulheres negras, mesmo quando possuem nível de formação igual, ultrapassa 100%, destacando uma disparidade econômica que perpetua a marginalização e a exclusão social. Além disso, dados preocupantes mostram que, em 2017, 66% dos homicídios de mulheres foram de mulheres negras, evidenciando a necessidade urgente de combater o racismo e a violência direcionados a esse grupo.
No entanto, apesar das adversidades, a história é repleta de mulheres negras extraordinárias que se destacaram em diferentes campos e contribuíram para a luta pela igualdade e justiça. Entre elas, encontramos figuras como:
Dandara dos Palmares:
Uma guerreira que liderou ao lado de Zumbi o Quilombo de Palmares, lutando pela liberdade de seu povo e sua comunidade.
Maria Firmina dos Reis:
Considerada a primeira romancista negra do Brasil, Maria Firmina escreveu obras literárias que criticavam abertamente a escravidão.
Antonieta de Barros:
A primeira deputada federal mulher e negra do país, foi pioneira na luta contra a discriminação racial e de gênero.
Laudelina de Campos de Melo:
Defensora dos direitos das mulheres e das empregadas domésticas, fundou o primeiro Sindicato de trabalhadoras domésticas do Brasil.
Ruth de Souza:
A primeira atriz negra a protagonizar em uma telenovela e a ser indicada em um festival internacional de cinema.
Sônia Guimarães:
A primeira negra brasileira Doutora em física, contribuiu significativamente para a luta por representatividade no campo científico e acadêmico.
Maria Cecília Barbosa:
A primeira mulher negra a ser promovida a oficial-general nas Forças Armadas brasileiras.
Marielle Franco:
Vereadora eleita com expressiva votação pelo PSOL, Marielle foi uma importante defensora dos direitos das mulheres, negros e da comunidade LGBTQI+. Sua trágica execução em 2018 gerou comoção nacional e internacional
Marta da Silva Vieira:
Conhecida como a rainha do futebol, Marta é uma das maiores atletas do esporte mundial, quebrando recordes e superando barreiras em sua carreira.
Essas mulheres negras notáveis são exemplos de resiliência, determinação e superação, e suas histórias inspiram a busca por uma sociedade mais justa e igualitária para todos. Seus legados são um lembrete constante de que a luta contra o racismo e o machismo é uma tarefa contínua e coletiva, que deve envolver todos os grupos sociais para alcançarmos uma sociedade verdadeiramente inclusiva e pacífica. No Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, é essencial honrar suas memórias, valorizar suas contribuições e continuar lutando por um futuro mais equitativo e diversificado para todas as mulheres.